Matéria veiculada pelos telejornais e mídia impressa, dá
conta de que o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, é sócio
da empresa que fabrica os notebooks que serão entregues aos estudantes da rede
publica do Estado. Essa relação é, no mínimo, conflituosa e ele não deveria
nunca ter assumido tal cargo, ou se assumisse, por iniciativa própria, tirar a
empresa, Multilaser, de qualquer contrato com órgãos vinculados ao poder
publico do Estado.
A Multilaser foi fundada pelo polonês Israel Ostrowiecki, que migrou
ao Brasil com os pais fugindo da Segunda Guerra Mundial e é pai do atual
presidente, Alexandre Ostrowiecki. Alexandre assumiu a empresa após a morte do
pai, em 2003, e dividiu o comando com o amigo de infância e sócio Renato Feder.
Em um momento que a corrupção e os desvios de mandatários federais e
estaduais estão em evidencia, se é que em algum momento saíram dela, a lisura
nos negócios públicos é condição si ne qua non para o exercício de qualquer
administração. O governador, Tarcisio de Freitas colheu a vitória nas últimas
eleições por ter um perfil que o colocava em um patamar de austeridade,
honestidade e lisura. Bem, não é o que se vê quando uma pasta tão importante
como a da Educação tem em seu cargo máximo um empresário que é proprietário de
uma empresa que vende produtos e serviços para essa mesma pasta, trocando em miúdo
ele é responsável por adquirir esses produtos da própria empresa. Ai fica difícil
né...
Agravando o tema, o governo esta disposto a trocar todo o material de
suporte de aprendizagem, os livros, por tablets e not books produzidos e
entregues por essa mesma empresa.
A educação deve ser prioridade em qualquer governo que se preze, seja
municipal, estadual ou federal. Feder já foi secretário da Educação do Paraná e
Ministro da pasta no governo Bolsonaro e agora é Secretario da mesma pasta no
governo de São Paulo. Alguma coisa não vai bem no “Reino da Dinamarca”