Amigos e conhecidos eu os tenho de ambos os lados dessa contenda, as eleições 2022, que para muitos não terminou ainda. Bolsonaristas, e quando digo “Bolsonaristas”, me refiro aqueles cujas crenças se cristalizam no modo de governar e propagar uma linha de pensamento praticada pelo atual presidente, e Lulistas, vamos excluir o termo petistas, pois o que se tem observado nesse quadro é a prevalência do culto a personalidade, mais do que a ideologias partidárias, pois bem, ambos os lados, sobretudo o lado perdedor, vivenciam, ainda os dias conturbados da campanha desse ano.
Assim Bolsonaristas fizeram badernaço, fecharam estradas e agora acampam em frente a quarteis do Exercito pedindo por intervenção militar e a anulação do pleito vigente. Os militares, até aqui calados, se manifestaram. Falaram que isso, mais aquilo e aquilo outro, vc pode conferir a integra da nota abaixo. No nosso entender, só o fato das FA terem se manifestado em uma nota oficial, já é um sinal de alerta, no entanto eles não se dizem dispostos a interferir de alguma forma, como também não dizem ao contrário e puxam a orelha tanto das autoridades de plantão, por coibirem algumas manifestações, como dos manifestantes mais exaltados, enfim dizem, trocando em miúdos, estamos de olho e se virar bagunça, interferiremos, aliás como de fato deve ser feito. No entanto, entendemos também que os patrocínios para aqueles que estão promovendo a discórdia deva ser apurado e os culpados penalizados nos rigores da lei.
Vimos situações semelhantes nos EUA de Trump e Biden. As instituições de lá foram suficientemente fortes para fazer valer a lei. Acreditemos em nossas instituições para que o Brasil não tome um rumo que já vimos antes e que nos levou a muito sofrimento e dor.
NOTA À IMPRENSA
Às Instituições e ao Povo Brasileiro
Acerca das manifestações populares que vêm
ocorrendo em inúmeros locais do País, a Marinha do Brasil, o Exército
Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e
inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e
social do Brasil, ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças
Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa
história.
A Constituição Federal estabelece os deveres e
os direitos a serem observados por todos os brasileiros e que devem ser
assegurados pelas Instituições, especialmente no que tange à livre manifestação
do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de
locomoção no território nacional.
Nesse aspecto, ao regulamentar disposições do
texto constitucional, por meio da Lei nº 14.197, de 1º de setembro de 2021, o
Parlamento Brasileiro foi bastante claro ao estabelecer que: “Não constitui
crime [...] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade
jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por
meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra
forma de manifestação política com propósitos sociais”.
Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de
agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que
possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a
segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades,
públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade.
A solução a possíveis controvérsias no seio da
sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de
direito. Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz
social, cabe às autoridades da República, instituídas pelo Povo, o exercício do
poder que “Dele” emana, a imediata atenção a todas as demandas legais e
legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos
limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da
legislação.
Da mesma forma, reiteramos a crença na
importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do
Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual
legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou
descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa
sociedade, qual seja, a sua Liberdade.
A construção da verdadeira Democracia
pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social. As Forças Armadas
permanecem vigilantes, atentas e focadas em seu papel constitucional na
garantia de nossa Soberania, da Ordem e do Progresso, sempre em defesa de nosso
Povo.
Assim, temos primado pela Legalidade, Legitimidade e Estabilidade, transmitindo
a nossos subordinados serenidade, confiança na cadeia de comando, coesão e
patriotismo. O foco continuará a ser mantido no incansável cumprimento das
nobres missões de Soldados Brasileiros, tendo como pilares de nossas convicções
a Fé no Brasil e em seu pacífico e admirável Povo.
Brasília/DF, 11 de novembro de 2022.
Almirante de Esquadra ALMIR GARNIER SANTOS
Comandante da Marinha
General de Exército MARCO ANTÔNIO FREIRE GOMES
Comandante do Exército
Tenente-Brigadeiro do Ar CARLOS DE ALMEIDA
BAPTISTA JUNIOR
Comandante da Aeronáutica