Tocando Agora: ...

A tragédia do Rio Grande do Sul é um alerta para o problema ambiental que enfrentamos

Publicada em: 07/05/2024 11:37 - Personalidades

“Veja que o planeta tem 4,6 bilhões de anos de existência e a atual espécie humana, em torno de 100 mil anos. Já a civilização tem apenas oito mil anos. Então, do ponto de vista do planeta, a espécie humana é muito recente. O problema é entender que a sobrevivência da civilização depende da velocidade com que se modificam os sistemas da Terra. Se houver uma mudança muito rápida, como por exemplo, a elevação do nível do mar, a infraestrutura que hoje dispomos para a vida urbana costeira de milhões de pessoas não conseguirá dar conta. É disso que se trata. Temos que perceber que as atividades humanas no planeta Terra têm limites muito claros. Se forem cumpridos os acordos de redução drástica das emissões de CO2 e se houver a transição energética justa, ainda poderemos ter certa capacidade de previsão de eventos (é aquela metáfora do farol do carro em alta velocidade). Caso a elevação da temperatura média da superfície planetária ultrapasse 2°C, os cientistas do clima consideram ser muito mais difícil prever os eventos que se sucederão.”

 Rualdo Menegat é um estudioso também da natureza em suas múltiplas manifestações é também Geólogo, doutor em Ciências na área de Ecologia de Paisagem e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Claro está que a tragédia que atinge o Rio Grande do Sul está intimamente ligada ao aquecimento global e suas conseqüências tendem a agravar se as autoridades e todo cidadão que tiver consciência, não refrearem seus hábitos de consumo e mudarem de um modelo consumista  para a sustentabilidade. Mesmo assim o estrago já foi feito, o que podemos fazer é minimizar suas conseguencias.

No Rio Grande do sul, as chuvas que caem no estado desde 29 de abril deixaram 90 mortos e mais de 130 desaparecidos e esse número ainda pode aumentar. O número de feridos já passa de 360. Há 203,8 mil pessoas fora de casa. Desse total, 48.147 estão em abrigos e 155.741 estão desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos). O estado tem 388 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, e 1,3 milhão de pessoas afetadas.

Isso devido a um bloqueio atmosférico que está estacionado nas regiões Sudeste e Centro – Oeste que impede que as frentes frias que sobem da região da Patagônia e do hemisfério sul continuem em seu trajeto e as condensa fazendo chover excessivamente na região e provocando ondas de calor intenso nos estados que se localizam nessas regiões.

Seja como for e em que pese nossa solidariedade a todo povo gaúcho por suas perdas e prejuízos, sobretudo pelas vidas humanas perdidas, fica a lição. O planeta esta dando o seu recado, e não é ele que deve ser salvo e sim as vidas que sustenta. 

Compartilhe: