No ano 64
DC, Roma foi vitima de uma das maiores catástrofes da História antiga. A cidade
ardeu em um incêndio até hoje controverso. Na época era imperador, Nero, figura nefasta e autoritária.
Pois bem
com o incêndio da capital do império romano e suas respectivas consequências alguém
precisava ser apontado como culpado e sobrou para os cristãos que não
reconheciam a autoridade divina de que era investida o imperador e se tornavam,
assim, um perigo para o governo. O fato é que, ao longo da história, Nero foi
apontado como o verdadeiro autor da tragédia e culpou os cristãos que padeceram
na arena do coliseu, devorado por leões e vitimas de outras atrocidades.
No domingo
dia 8, Brasília foi assediada por opositores do governo eleito e teve a sede
dos seus três poderes, legislativo, judiciário e executivo, vandalizadas.
Presos em fragrante, com vários vídeos circulando nas redes sociais nos quais
se vangloriam da destruição, adeptos do ex-presidente Jair Bolsonaro e setores
mais radicais da direita brasileira estão, a exemplo de Nero, torcendo os fatos
e imputando a culpa a infiltrados do governo eleito, que representa a esquerda,
de serem os verdadeiros culpados pelas depredações. Muitos começam a acreditar
na história que estão contando, Na qual se vitimam e se dizem os “mocinhos”
que estão sendo injustamente acusados.
As
autoridades de plantão têm que ficar atentas, pois essa inversão no relato dos
fatos pode provocar ainda mais comoção e tornar algozes em vitimas. Não é de graça
que Bolsonaro deve voltar para o Brasil, onde, como mártir para os seus, se
colocara a disposição das autoridades.
Relatamos
aqui nesse mesmo espaço que os tempos mudaram e que a violência na política,
antes mais diluída, se faz presente de forma mais marcada. Isso veio para ficar.
O cuidado agora é que a tática de Nero de 2000 anos atrás, não se repita e os
agressores virem vitimas e entreguem as verdadeiras vitima para os leões.