“Por que procurais Aquele que vive entre os
mortos? Ele não está aqui; ressuscitou” (Lc 24,5-6)
Essa passagem define a divindade de Jesus
Cristo e faz do Cristianismo uma das maiores religiões da atualidade.
Historicamente a vida e obra de Jesus, cujo martírio se comemora na Semana
Santa, é marcada por acontecimentos milagrosos e ações políticas que colocou em
xeque o poder de Roma, senhora do mundo naqueles tempos, ao exaltar a paz e a
vida em um império que cultuava a guerra e a morte. Após 2000 anos suas
palavras ainda reverberam como um manual de convivência e solidariedade entre
os povos.
Porém, um dos primeiros sinais da ressurreição do Senhor é o túmulo
vazio, sem o corpo Daquele que há três dias era julgado, condenado, humilhado,
crucificado e morto. A dor da perca do Senhor era tão forte que vemos os
apóstolos abatidos, receosos, descrentes do testemunho das mulheres que foram
ao túmulo e que confirmaram a ressurreição. O fato é que Cristo ressuscita para
que nós também ressuscitemos.
Quantas pessoas viveram hoje um dia de alegria, um dia doce,
pelo barulho de uma casa cheia, pela festança das crianças com os embrulhos de
chocolate. Mas e amanhã? Será que amanhã estaremos também alegres? Ao longo de
nossa vida podemos ir cavando nosso próprio túmulo com nossas mágoas, ódios,
frustrações, mentiras, traições e medos. E podemos, além de nos enterrarmos,
levamos conosco nossa família, nossos sonhos, nossa dignidade.
Originalmente a Páscoa se da entre o povo judaico quando da
passagem, Páscoa significa passagem, da escravidão para a liberdade por terem
sido libertos da opressão e da escravidão no Egito, por Moisés, profeta e
legislador do povo hebreu. Por ocasião dessas comemorações, já em outro
contexto, se dá a crucificação e a ressurreição de Jesus, em hebraico Yeshua, a
denominação de Cristo viria depois de sua morte, cunhada pelos gregos,
originalmente Cristos significa em grego o ungido, ou o escolhido.
Na Bíblia em português, o termo hebraico Mashiyach do Antigo
Testamento é comumente traduzido como ‘o ungido’ e às vezes transliterado como
o ‘Messias’. O termo Christos do
Novo Testamento é transliterado como ‘Cristo’. A palavra ‘Cristo’ é muito
especifica, derivada por tradução a partir do hebraico para o grego, e então
transliteração do grego para o português.
Sendo que o novo testamento foi escrito 300 anos após a
estada de Cristo entre nós. Seja como for, para alguns a gigante figura de
Jesus entre os homens é a de um profeta poderoso, algumas outras religiões,
como o Islamismo e o próprio judaísmo, assim o vêem, e para os cristãos ele é a
encarnação de Deus que a tudo e todos criou.
Dessa forma o Cristianismo deu ao mundo um norte a seguir e
promoveu a vida ao invés da morte e o amor ao invés do ódio. Ao longo dos
séculos, no entanto, por interpretações errôneas erros históricos foram cometidos
e a revelia daquilo que pregou Jesus Cristo, mortes e sofrimento foram
cometidos em seu nome, como foi o caso da inquisição na idade Média.
Mas a humanidade evoluiu e graças à essência do que pregou o
Nazareno, vivemos tempos que, embora ainda muito se precise caminhar, a justiça de Cristo , a solidariedade
e o amor ao próximo ressoam nas mentes e corações de todos os Cristãos. Assim a
importância das comemorações da Semana Santa é de sublime relevância, dada que
se celebra não uma crucificação, castigo infligido pelo império romano em seus desafetos,
mas, sobretudo, a Ressurreição, o renascer para uma vida de bondade e
tolerância.